A produção do sorgo em grãos destina-se basicamente ao consumo animal interno na propriedade rural (composição de sistemas de produção integrados) e à fabricação de ração e industrialização. A avicultura é a atividade do agronegócio que mais tem demandado o uso de sorgo, seguida da suinocultura e da bovicultura.
A comercialização do sorgo é um dos maiores problemas dessa cultura. Geralmente o preço do sorgo é atrelado ao do milho. Ademais, a produção se sorgo só é realizada quando o produtor está certo do destino da colheita.
A região Norte de Minas, onde existem várias fábricas de ração instaladas, apresenta demanda potencial elevada de sorgo, principalmente como substituto do milho na formulação de rações. A existência na região de várias granjas de suínos, de aves, e a predominância de pecuária de corte e o desenvolvimento da pecuária de leite vêm contribuindo para o crescimento do mercado da região.
Referências: [1] VENZON, Medelaine; DE PAULA JÚNIOR, Trazilbo José, 101 Culturas - Manual de Tecnologias Agrícolas, Epamig, 2007.
Sorgo
Sorghum bicolor
O sorgo chegou ao Brasil provavelmente através dos escravos africanos. Nomes como "milho d'Angola" ou "milho Guiné", encontrados no vocabulário nordestino, sinalizam que possivelmente as primeiras sementes de sorgo trazidasao Brasil entraram pelo Nordeste. O sorgo é o quinto cereal mais importante do mundo, precedido por trigo, arroz, milho e cevada. É utilizado como principal fonte de alimento em vários países da África, do sul da Ásia e da América Central e é importante componente da alimentação animal dos Estados Unidos, Austrália e América do Sul.
-
Características e produção
Os grãos podem ser utilizados na produção de farinha para panificação, amido industrial, álcool e a palhada, como forragem ou cobertura de solo. Agronomicamente, os sorgos são classificados em quatro grupos: granífero, forrageiro para silagem, forrajeiro para pastejo, corte verde, fenação e cobertura morta, além de vassoura.
Em Minas Gerais, o sorgo é utilizado basicamente para silagem e alimentação do gado leiteiro, em especial na região norte do estado, onde há a ocorrência de veranicos e de estiagens mais prolongadas, que tornam o milho uma cultura de risco.
A produtividade da cultura no Brasil, em torno de 2300 kg/ha, é baixa, quanto comparada à da Argentina (4300 kg/ha) ou à dos Estados Unidos (4200 kg/ha), mas é maior que a média mundial (1439 kg/ha). A baixa produtividade do sorgo no Brasil está relacionada à opção dos produtores de cultivá-lo na chamada "segunda safra".